A tranquilidade do manso deveras me assusta.. Por vezes provei o gosto amargo daqueles lobos errantes, aguardando gentilmente o ataque feroz. Sigo não acreditando em palavras doces, elas me embrulham o estômago. Agora sou tão rude quanto meus músculos e minha barba, e nessa frieza da maturidade, reservo espaço no meu coração apenas aos que constantemente disciplinam o caráter e compartilham experiências.
Nesta selva de pedra em que vivemos, a doçura disfarçada em felicidade é fugaz. Não compreendo como o lobo pode amar.. Seu verdadeiro âmago se volta para o desmembramento da carne, a violência que o impele a tirar proveito da caça para que, a seguir, suba ao topo do mundo e sibile sórdidas canções de amor.
Meu café é apenas um "expresso romano".. adstringente como deve ser! O encanto some, a essencialidade assume seu posto. Minha felicidade é verdadeira.. É a mesma de quem jamais desistiu de viver, mesmo após Hiroshima. É assim que ainda preservo o sorriso e a juventude, pois não há tristeza maior do que ver o infame engatinhando em sua nobreza, exalando frivolidades, sem ao menos ser humilde em admitir que percorreu parco caminho...
Um comentário:
OLá,
Falar da humildade é sempre bom... pois é onde caímos na maioria das vezes...
Seu texto ficou bom com várias questões importantes a serem refletidas...
Abraços fraternos
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