sexta-feira, novembro 28, 2008

Fogueira das vaidades.

Estive lendo um artigo da revista Tomorrow, edição de outubro de 2008. O tema em destaque referia-se ao universo perigoso e traiçoeiro da auto-promoção e excesso de vaidade.

Transformada em uma espécie de fábula, a história relata um campeonato na selva, onde todos os bichos se reúnem para competir. Quem realizasse a atividade mais espetacular ganharia o prêmio. Entre os agitados participantes, o vaidoso sapo, certo de sua vitória, aguardava o momento de ser puxado por uma corda até às nuvens, com a ajuda do urubu. Segurando-se apenas com a boca, surgiu por entre as árvores, causando espanto e dúvida. Quem seria aquele bicho voador? O esquilo? O coelho? A distância colaborava com o mistério..

Em meio à situação confusa, o ingênuo animal gritou: "Sou eu gente.. O sapooo!" E assim foram suas últimas palavras..

Muito do que se vê por aí, em inúmeras circunstâncias, casa perfeitamente com este conto. Cavamos nossa própria sepultura a cada vez que usamos nossos talentos e qualidades para alcançar o topo, estruturados apenas em elogios e favores. Nossas vidas são frágeis porque erguemos apenas um lado da casa, uma fina parede.. E abandonamos o resto da construção! Esquecemos de aprender sobre a vida, insistimos em chegar felizes ao fim do caminho emoldurando diplomas.. Temos horror ao sofrimento, imploramos pelo caminho mais fácil..

E o mais triste em tudo isso é que, em meio a tantas necessidades e exigências deste mundo, fica em nossos pensamentos aquele estranho ruído, que nos deixa confusos e perdidos.. É um herói quem vence os obstáculos e se habilita a viver em plenitude..