sexta-feira, maio 22, 2009

O dilema do mão grande


Maurício sempre me avisou sobre ser estabanado. Tinha medo de que algum dia eu derrubasse algum material de seu bem cuidado laboratório. Doutrinei minhas mãos para que obedecessem meu comando, como militares em prontidão.. Desde então, nenhuma tragédia foi contabilizada.

Helena sempre elogiou minha postura educada. Gostava de observar meus movimentos cuidadosos e atentos. Presenteei minhas mãos com uma folga, algo como um piquenique no parque em dia de sol. E foi assim que veio a traição.. Sob a mesa de refeição, mais uma lata de refrigerante no chão!

Luzes acesas no meu subterrâneo

Ontem visitei a tal estação citè noir..

Nada mais me impressiona nesse saguão. Sou fiel ao lugar deste trem, sempre o mesmo, sempre vazio. E foi como viajar ao passado, mas ao som de Coldplay. Nem sempre recebo o retorno positivo desta nova filosofia, mas o som da vitória só é audível aos que direcionam seus ouvidos na direção correta.

Foi bom beijar a fronte materna e rir dos causos rotineiros. Mas cheguei ao final desse dia tão denso, de uma forma meio grosseira.. E aos prantos bradei pelo ideal existencialista! Como um Jesus cansado pela tentação do deserto, inspirei-me no invisível e poderoso Deus. Ahh, o poder do silêncio.. Me fez recordar instantaneamente dos corredores soturnos de minha estação e, naquele mesmo vagão, as luzes permaneceram acesas..