terça-feira, março 31, 2009

Filosofia atlética.


Sob o peso dos halteres, apresento minha virilidade. Ainda exausto e coberto de suor, posso regozijar-me no esplendor de meus músculos. Mas onde está o homem em si senão sob o seu caráter?! Frente ao espelho, somos apenas crianças mimadas inventando novas brincadeiras e tentando satisfazer o ego..

Falta-me um toque de espontaneidade, algo que me arranque desta prisão. E assim, não precisarei de subterfúgios ou escoras. Serei eu mesmo, novinho em folha, como eu sempre quis. Estes fones de ouvido são ótimos, isolam o que não quero ouvir.. Talvez a palavra de outrém. Não sou o único! Minhas mãos agora têm calos de diversas formas, prova do meu repúdio às luvas de neoprene.

Quero ser visto mas não elogiado, não fica bem para um rapaz da minha idade. Mais dois longos goles de água, compensando a dignidade que derreteu-se pelos poros. Quem sou eu afinal? Poderia perguntar à minha toalha surrada, ela sim me é fiel! Preciso retomar mais dois grupos de exercícios e alguns abdominais.

Vou dialogar sobre os treinos e sobre rendimentos diversos.. O velho assunto que não perde a vitalidade. Duas horas ininterruptas, incluindo uma sessão de alongamento. Todos em busca do mesmo ideal.. Uma última olhada no espelho.. Ficou bom, mas ainda há muito o que construir! Se houvesse algum sentido religioso, a chamaria de santa... Santa Força Física!